Por Teodor Costandoi

Sri Lanka estava nós meus planos há algum tempo e finalmente aconteceu na minha grande viagem pelo mundo fora. Tinha uma ideia de alguns lugares turísticos a visitar e pouco mais do que isso.

Eu e a minha namorada, Rita, chegámos a Sigiriya, uma pequena vila turística no coração do Sri Lanka, com o objetivo de, no dia seguinte, ver o nascer do sol na Pidurangala Rock. Em Sigiriya há duas opções: subir à Pidurangala Rock ou à Lion Rock, sendo que a entrada da segunda é bastante mais cara.

Escolhemos um alojamento local com preço em conta mas quando lá chegámos fomos surpreendidos pelo, não tão agradável, cheiro de durian (fruta tropical com um cheiro muito intenso). Fomos conhecer o quarto que tinha as condições básicas mas com um pequeno pormenor, as janelas tinham aberturas para a rua e, por isso, o quarto tinha várias osgas e insetos. Mais tarde, quando estávamos a lavar os dentes uma barata simpática subiu pelo ralo do lavatório.

Sigiriya
A Rita e o Teodor de bicicleta em Sigiriya créditos: Teodor Costandoi

Acordámos às 4 da manhã e seguimos com o tuktuk que estava à nossa espera para nos deixar no início da caminhada. À entrada, pagámos o equivalente a 6€ cada um e começamos a subida por umas escadas de pedra. O pôr do sol em si não foi incrível porque estava nublado mas a vista panorâmica para a selva e também para a Lion Rock valeram a pena. O verde da selva é muito giro e infinito. Quando estávamos de saída vimos uma família de macacos e ficámos a observa-los com direito a testemunhar a interação de um bebé muito pequeno com o resto da família.

Regressámos ao alojamento local para arrumar as malas e escolher um novo alojamento. Desta vez, tivemos mais sorte e encontrámos um alojamento local que acabou por se tornar um dos sítios onde mais gostámos de ficar no Sri Lanka. O alojamento era a casa de uma família: a mãe, o filho e a avó. Foram muito simpáticos connosco e, cada manhã, tínhamos um pequeno-almoço melhor que o anterior. O típico pequeno-almoço do Sri Lanka é incrivelmente delicioso.

A vila em si era uma pequena rua com vários restaurantes, lojas de lembranças e alojamentos locais. A beleza desta vila está totalmente relacionada com a natureza à sua volta.

Depois de jantar decidimos alugar duas bicicletas para conhecer os arredores no dia seguinte. A senhora, muito preocupada por estarmos a alugar as bicicletas de noite, disse-nos para irmos diretos para casa porque naquela zona há elefantes que saem à noite e, apesar de dar uma boa história, não queríamos arriscar um encontro com eles.

No primeiro dia, fomos conhecer a zona selvagem que rodeia a Lion Rock e a Pidurangala Rock onde tivemos o prazer de ver vários animais. Pedalámos até ao Lago Thalkote e ficámos a aproveitar as vistas da Lion Rock e da Pidurangala Rock.

Lion Rock
O rochedo de Sigiriya, também conhecido por Lion Rock créditos: Teodor Costandoi

No segundo dia, pedalámos mais, fizemos uns bons quilómetros junto ao rio numa estrada secundária, que era ideal para andar de bicicleta. Vimos um senhor que estava a subir às palmeiras para apanhar alguns cocos e parámos para aproveitar a experiência. Apareceu o dono da casa, que não falava muito inglês, mas que nos contou que por cada árvore pagava o equivalente a 0.60€. Convidou-me a provar um coco grátis que estava muito saboroso.

Seguimos caminho rodeados de casas e vegetação alta, até uma descida. Descemos a alta velocidade até que as árvores desapareceram e deram lugar a uma paisagem incrível, o lago Kandalama com montanhas atrás.

Lago Kandalama
O lago Kandalama créditos: Teodor Costandoi

Parámos um pouco para apreciar a vista e depois seguimos para procurar um sítio para almoçar. O único restaurante que havia nos arredores tinha uma mesa e fomos provavelmente os primeiros turistas a lá passar. Comemos um típico arroz frito com vegetais e voltámos a fazer o caminho de volta. Fomos a tempo de ver o pôr-do-sol nuns campos de arroz pelo caminho — foi lindo.

Ao longo da nossa viagem no Sri Lanka, ficámos surpreendidos pelo povo, comida local e natureza. As pessoas eram simpáticas e de olhar genuíno, sempre nos ajudaram prontamente e, para os que tinham um inglês mais trabalhado, queriam sempre conversar um pouco. As crianças eram de sorrisos fáceis e pareciam sempre dispostas a correr para nos cumprimentarem. Não havia muita variedade de pratos tradicionais, mas os que existiam eram todos ótimos. A começar pelo caril de vegetais, que muitas vezes comi, e a terminar no kotu que a Rita muitas vezes provou. Não vou esquecer as praias rodeadas de palmeiras com um pôr do sol incrível e a natureza que nos acompanhou durante toda a viagem, desde os animais selvagens até à selva que os rodeia.

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