Mantendo o formato mais reduzido iniciado há dois anos – 12 dias ao invés dos 17 -, a 36.ª edição do FNG, evento promovido pela Câmara Municipal de Santarém e pela Entidade Regional de Turismo Alentejo e Ribatejo, conta com a parceria do Ministério do Mar e da Secretaria de Estado das Pescas para uma programação diária dedicada aos produtos “emblemáticos” do Atlântico trazidos por nove municípios convidados.

Nas antigas cavalariças da Casa do Campino vão estar 12 tasquinhas tradicionais e, nos claustros, repete-se este ano a experiência iniciada em 2015, que a organização designou por “restaurante Lucky 13”, em que 18 jovens chefes cozinheiros são convidados a apresentar nove jantares, numa “abordagem contemporânea” da “base tradicional” da culinária nacional, para uma lotação limitada de 50 pessoas com um custo unitário de 35 euros.

A apresentação do festival aconteceu na sexta-feira na cozinha do refeitório jesuíta do Seminário de Santarém, servida pelo chefe escalabitano Gonçalo Costa, Jovem Talento 2008, que, regressado de São Paulo, se prepara para abrir um restaurante em Santarém.

Luís Farinha, vereador da Câmara de Santarém com o pelouro do Turismo, apontou o surgimento na cidade de vários restaurantes com assinatura de jovens chefes como resultado da qualificação da oferta gastronómica que tem sido impulsionada pelo FNG e que faz “ponte com o turismo”, por ser fator de atração de visitantes, sobretudo da Grande Lisboa.

A aposta do município na gastronomia como um dos vetores estratégicos de desenvolvimento do concelho (aliado à agricultura e agroindústria, à cultura, ao turismo e à educação), passará pela criação do Observatório Gastronómico nas instalações da antiga Escola Prática de Cavalaria, projeto com candidatura a fundos comunitários já aprovada e com colaboração do gastrónomo e investigador Armando Fernandes e que será formalmente apresentado durante o FNG.

Na edição deste ano do festival, aos produtos do mar - como o peixe, fresco ou seco, as conservas, os mariscos, as algas, o sal - juntam-se, nos dias temáticos, degustações enogastronómicas, demonstrações de cozinha, ‘workshops’, cursos e provas de vinho.

Tendo por mote “Descubra Santarém enquanto prova Portugal”, o bilhete de entrada no festival, que tem um custo de dois euros, tem associada uma oferta turística, que começou por ser, em 2014, uma entrada gratuita no premiado Museu Diocesano de Santarém, inaugurado nesse ano, e passou, desde 2015, a dar direito a uma visita guiada à cidade.

Será também durante o FNG, nos próximos dias 24 e 25, que acontecerá a final nacional do concurso “Jovem Talento da Gastronomia”, com 30 finalistas a disputarem o primeiro lugar em seis categorias - Artes da Mesa, Barmen, Cozinha, Cozinha com Legumes, Pastelaria e Tradição e Inovação – cada uma delas apoiada por uma marca.

No dia 25, dedicado ao estudante de gastronomia, decorrerá o fórum “Que gastronomia para o futuro de Portugal?”.

A Escola Superior Agrária de Santarém irá realizar provas comentadas de queijo curado (dia 24) e sobre vinagres, emulsões e aparentados (dia 26) e um ‘workshop’ sobre “tecnologia dos alimentos – avaliação do grau de frescura de peixe” (dia 25).

De 25 a 28, a Quinta da Lagoalva promove o curso “Emoções com Vinho”, ajudando a “identificar aromas, distinguir regiões, saber casar vinho com gastronomia, servir vinho e abrir corretamente a garrafa”.

Procurando suprir um défice de qualidade no serviço de sala na restauração, o festival volta a realizar, pelo quarto ano, o seminário “Artes da Mesa”, que em 2015 reuniu “mais de 300 participantes", realçou Luís Farinha.

O III Salão dos Vinhos, com provas e mostras, “que evidenciam a qualidade e a diversidade dos vinhos portugueses, de norte a sul do país”, volta a coincidir com o FNG.

À segunda-feira, todo o dia, e às terças e quartas até às 17:00, a entrada será gratuita, permitindo que um maior número de visitantes possa assistir às apresentações gastronómicas feitas pelos municípios e à mostra de artesanato nos claustros da Casa do Campino, afirmou.