A narração é de Emanuel Martins que conhece bem o local.
Conversei com ele na praia de Paimogo, concelho da Lourinhã, no final das arribas e onde se avista de forma imponente o Forte de Nossa Senhora dos Anjos de Paimogo, como também é conhecido.
A fortaleza foi construida há quase 350 anos. Nas últimas décadas tem estado ao abandono.
A localização, a arquitetura retangular e os baluartes, indiciam de imediato a sua função defensiva. “Tem ainda uma guarita. Havia outra que caiu”.
Acede-se ao terraço por duas escadarias nos extremos da fachada. A vista é de 360 graus e ainda vemos os suportes de pedra da artilharia que estaria virada para o mar.
O objetivo era evitar o desembarque de tropas inimigas.
O forte fazia parte de uma linha defensiva ao longo da costa, entre Peniche e o estuário do Tejo.
Se no passado a sua função era proteger-nos de estranhos hostis, hoje é um pouco ao contrário. É o forte que está a ser protegido de vandalismo.
Trancaram as portas de acesso ao interior da fortaleza onde existem cinco salões. Três seriam quartéis e dois paóis ou casernas. Emanuel Martins conta que se “podia entrar e ver o interior. Eram apenas os salões. Toda a construção é de pedra.”
No frontispício, a porta de entrada está encimada com uma lápide onde, entre outras referências, está inscrito 1674, a data de construção.
Está em curso um projecto, Forte das Memórias do Paimogo, promovido pela Câmara da Lourinhã que pretende conservar o edifício, desenvolver atividades com a comunidade local e escolar e promoção de turismo sustentável.
O forte está classificado como Imóvel de Interesse Público. Não sofreu grandes alterações arquitetónicas e é de estilo barroco.
Segundo o projeto de reabilitação, o objetivo é recuperar a fortaleza com materiais e técnicas de construção não destrutivas.
A vista de 360º no Forte de Paimogo faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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