Com paisagens incríveis caracterizadas por vales e montanhas dramáticas, planícies e prados a perder de vista, milhares de cascatas, costas acidentadas e falésias abruptas que se precipitam para o mar, estas ilhas não deixam ninguém indiferente à sua beleza selvagem e autêntica.

Este arquipélago, que é um território autónomo do reino da Dinamarca, é composto por 18 ilhas vulcânicas, conectadas entre si por túneis, pontes e serviços de ferry. Não existem voos diretos de Portugal para as Ilhas Faroé, sendo necessário fazer diversas conexões  para lá chegar. Uma das melhores rotas será provavelmente Lisboa - Amesterdão - Copenhaga - Ilhas Faroé. Mas garanto-vos que não se vão arrepender e, no momento em que sobrevoarem este arquipélago e tiverem o primeiro vislumbre das ilhas pela janela do avião, vão pensar que a longa viagem valeu a pena.

Fui às Ilhas Faroé no inverno, mas é importante ter em consideração que o tempo nesta região é imprevisível, podendo mudar literalmente num minuto, sobretudo nesta altura do ano. Gostei bastante de visitar as Ilhas Faroé no final de dezembro, no entanto, muitos visitantes optam por ir na primavera ou no verão, quando o clima é mais estável e é possível por exemplo ver as colónias dos famosos "puffins" ou papagaios-do-mar. Adicionalmente, alguns alojamentos e ligações entre as ilhas podem estar encerrados nos meses de inverno, quando há menos visitantes.

Na minha viagem decidi ficar baseada em Torshvan e a partir daí visitar as outras ilhas. Para se deslocarem pelas Faroé poderão alugar um carro ou juntarem-se a um tour organizado por operadores locais. As Ilhas Faroé têm muito para oferecer aos visitantes, pelo que recomendo dedicar pelo menos uma semana a explorar o arquipélago.

Ilhas Faroé, o tesouro escondido do Atlântico Norte
Ovelhas nas Ilhas Faroé créditos: The Travel in Pink

Ao percorrerem as várias ilhas, vão encontrar muitas ovelhas a pastar nos vales verdejantes. As ovelhas das Faroé são uma espécie nativa destas ilhas e fazem intrinsecamente parte da sua história e cultura. Há cerca de 80 mil ovelhas nas Faroé, mais do que o número de habitantes, que é aproximadamente 52 mil. A palavra “faroe" significa mesmo “ilha das ovelhas”.

Remotas, praticamente intocadas e dramáticas, estas ilhas perdidas no meio do oceano vão certamente surpreender pelas paisagens deslumbrantes que as distinguem de qualquer outro lugar no mundo. Partilho convosco os sítios imperdíveis que deverão considerar no planeamento de uma viagem às Ilhas Faroé.

Thorshavn

Thorshavn
Thorshavn créditos: The Travel in Pink

A capital das Ilhas Faroé está situada na ilha Streymoy. Embora seja uma das capitais mais pequenas do mundo, com cerca de 20 mil habitantes, é uma cidade charmosa com bastantes sítios para visitar.

Na cidade encontrarão uma pequena área comercial com restaurantes, cafés e lojas que vendem produtos locais (incluindo as famosas malhas típicas das ilhas), um centro cultural e um porto com casas coloridas viradas para o mar.

Uma das minhas zonas favoritas é Tinganes, a parte da cidade mais antiga que remonta ao tempo dos vikings, e que alberga agora o Parlamento das Ilhas Faroé e diversos característicos edifícios vermelhos. Vale a pena dedicar algum tempo a explorar esta zona com uma atmosfera que remete para o passado.

Ao pé de Tinganes, o bairro de Reiny também merece uma visita. O grande atrativo deste bairro são as casas tradicionais pintadas de preto com telhados de turfa. Por fim, passem pela zona de Skansin, com um forte do século XVI e um farol no topo de uma colina.

Kirkjubour

Kirkjubour
Kirkjubour créditos: The Travel in Pink

A 15 minutos de carro de Torshvan, na parte sul da ilha Streymoy, Kirkjubour é um dos locais históricos mais conhecidos das Ilhas Faroé e a aldeia mais antiga do arquipélago.

Para além das paisagens circundantes magníficas e de uma praia Atlântica selvagem, é famosa pelas ruínas da Igreja de Saint Olav e da Catedral Magnus. Em Kirkjubour, situa-se também uma quinta antiga, com algumas áreas abertas ao público.

Saksun

Saksun
Saksun créditos: The Travel in Pink

Se tivesse de escolher o meu sítio favorito nas Ilhas Faroé, seria provavelmente Saksun. Na costa noroeste da ilha Streymoy, esta aldeia está situada ao pé de uma lagoa que foi em tempos um porto natural, o qual ficou bloqueado por areia durante uma tempestade.

A paisagem envolvente é espetacular, com cascatas a precipitarem-se nas montanhas que ladeiam a aldeia. Sendo o postal perfeito das Ilhas Faroé, Saksun é também conhecida pela pitoresca igreja com telhado de turfa, situada num anfiteatro natural, e que parece saída de um conto de fadas.

Tjornuvik

Tjornuvik
Tjornuvik créditos: The Travel in Pink

Tjornuvik é outra aldeia bonita e remota, com uma praia de areia negra protegida pelas montanhas. É também uma das povoações mais antigas do arquipélago, tendo sido encontradas campas que remontam à época dos vikings. Há apenas uma estrada que dá acesso à aldeia. Uma alternativa será fazer uma caminhada a partir de Saksun, um bom plano para os meses de verão.

Kvivik

Kvivik, na ilha Streymoy, é conhecida pela sua herança viking e nela encontram-se algumas escavações onde ainda se podem ver vestígios das casas destes antigos habitantes das ilhas. A aldeia é muito pitoresca, com uma igreja e um pequeno rio que corre em direção ao mar.

Nas imediações de Kvivik, no topo de uma colina, situam-se uns igloos com os telhados cobertos de turfa, os quais, segundo me disseram, foram em tempos alojamentos locais.

Kvivik
Os igloos em Kvivik créditos: The Travel in Pink

Gjogv

Esta vila pitoresca situa-se na zona mais a norte de Eysturoy, a segunda maior ilha das Faroé. O nome foi inspirado num desfiladeiro comprido, que tem sido utilizado durante séculos como um porto natural.

De Gjogv têm-se vistas privilegiadas para a ilha vizinha de Kalsoy. Chega-se a Gjogv pela estrada de Eloi, que atravessa a montanha mais alta do arquipélago.

Gasadalur e queda de água Mulafossur

Gasaladur é, sem dúvida, um dos locais mais remotos das Ilhas Faroé. Localizada na ilha Vagar, Gasadalur é uma pequena aldeia rodeada por montanhas, com vistas cénicas para a ilha Mykines. Durante muitos anos era praticamente inacessível, exceto por mar, até que em 2004 foi construído um túnel que atravessa as montanhas e que, finalmente, conectou a aldeia com o resto do mundo.

A principal atração de Gasaladur (e uma das imagens mais icónicas das Ilhas Faroé) é a famosa queda de água Mulafossur. De Gasaladur tem-se a melhor perspetiva para a cascata, que se precipita de um penhasco por mais de 30 metros em direção ao oceano Atlântico. Da principal zona de estacionamento de Gasaladur, basta caminhar uns metros por um trilho na falésia para se chegar a um miradouro panorâmico.

Mulafossur
Mulafossur créditos: The Travel in Pink

Bour

Caracterizada pelas típicas casas com telhados de turfa e uma vista hipnotizante para o oceano e para as ilhas mais próximas, Bour está situada no caminho para Gasadalur e a poucos minutos do aeroporto internacional das Faroé, pelo que a sua visita é obrigatória. Deslumbra ainda pela igreja construída no século XIX voltada para o mar e pela cascata que cai literalmente no meio de vila.

Lago Sorvagsvatn

Também na ilha Vagar, Sorvagsvatn é o maior lago das Ilhas Faroé. Parece estar suspenso centenas de metros acima do nível do mar, mas na verdade este efeito deve-se a uma ilusão de ótica. As vistas do lago são impressionantes, mas para lá chegar é necessário fazer uma caminhada considerável que será ideal no verão.

Ilha Mykines

Outro local bastante famoso das Faroé é a ilha Mykines, mundialmente conhecida por ser um paraíso de diversas espécies de aves e uma das melhores localizações para observar os famosos papagaios-do-mar nos meses de primavera e verão.

Para mais inspiração sobre viagens podem consultar o blog da Ana, the Travel in Pink ou a sua página de Instagram.