O destino é Penascosa, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, e percorre-se durante meia dúzia de quilómetros uma estrada que circunda encostas das serras profundas do Riba Côa.
Se for na altura das amendoeiras em flor ainda tem mais encanto.
A visita começa ao pôr do sol. O passeio é fácil de fazer e não é arriscado porque se realiza junto a uma praia fluvial na margem direita do rio Côa. Vamos ver gravuras em cinco rochedos de xisto.
Conforme descreve Marco Ferraz, da Ambieduca, guia certificado da Natureza e guia no Parque Arqueológico do Vale do Côa, a luz artificial é uma ajuda para se perceber melhor o contorno das figuras gravadas nas rochas há cerca de 25 mil anos.
“Incidindo a luz forte em posição rasante sobre as gravuras cria-se um efeito de luz e sombra que realça os motivos desenhados, como se os fizesse emergir".
É a melhor forma de visualizar as gravuras. Quem fez visitas durante o dia percebe rapidamente a diferença. A nitidez do traço.
Com a calma e a perícia do guia na manipulação da luz, consegue-se realçar um desenho em relação aos outros. São dezenas de imagens e muitas estão sobrepostas, uma técnica comum na arte paleolítica.
Deste modo, conseguimos ver com mais precisão alguns dos animais desenhados como o veado, a cabra selvagem, cavalos e o auroque.
Marco Ferraz é engenheiro biotecnológico e apaixonou-se pela vida ao ar livre e pela educação ambiental.
E também pela beleza do Vale do Côa. Um dos lugares que destaca é Penascosa porque “ilustra este vale encantado que é Património da Humanidade desde 1998. É um lugar muito bonito”.
A altura mais indicada para as visitas noturnas começa agora e vai até ao outono. Não é preciso qualquer material extra para se fazer a visita com o guia. Apenas a curiosidade.
Visita nocturna às gravuras do Vale do Côa faz parte do programa da Antena1 Vou ali e já venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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