Apesar de Vila Cova à Coelheira ter uma forte influência da Ordem de Malta, que chega ainda aos dias de hoje, sabe-se que viveram aqui várias famílias judaicas e que, durante o tempo da Inquisição, continuaram a praticar em segredo os rituais de culto.
Devido ao secretismo, e apenas ao registo oral, há poucos dados que provem que esta casa seria o lugar de culto mas o povo sempre lhe chamou a sinagoga.
O município de Vila Nova de Paiva comprou e restaurou a casa, mantendo a traça original e há meio ano inaugurou o Centro da Memória.
Segundo o professor José Calçada, procuram agora recolher documentação, designadamente sobre a Inquisição, onde existem registos de julgamentos e denuncias de várias famílias de judeus em Vila Cova à Coelheira.
O projeto faz parte da Rede de Judiarias de Portugal, no âmbito do programa de intervenções de reabilitação e adaptação museológica do património sefardita português.
Quando do arranque, teve a visita do Rabino de Jerusalém.
Além deste centro, Vila Cova à Coelheira tem um pelourinho da época quinhentista, está classificado como Imóvel de Interesse Público e tem um remate com uma gaiola onde surgem várias faces cujo sentido é intimidar, acentuar as condenações de quem rompe com as normas.
Não foi o suficiente para assustar os judeus.
Um outro elemento que se detecta rapidamente é a torre com o Cristo-Rei. Trata-se de estatuária relativamente comum neta região e resulta de donativos de emigrantes que vivem no Estado do Rio de Janeiro.
Há registos de Vila Cova desde o séc. XIII mas apenas dois séculos depois conseguiu o estatuto de foral. Com a reforma do Séc. XIX perdeu o estatuto de município para Vila Nova de Paiva.
Ver ainda a monografia: Vila Cova à Coelheira - um encontro com a história, Jorge Oliveira Pinto
A Memória de Vila Cova à Coelheira faz parte do podcast semanal da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, A Memória de Vila Cova à Coelheira, pode ouvir aqui.
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