O edifício do pólo mais antigo já tem a particularidade de ser invulgar. A antiga tinturaria é do século XVIII e no interior tem construções em pedra como largos poços cilíndricos onde se fazia o tingimento de panos.
Eram dez poços foram enterrados quando as instalações passaram a quartel de infantaria e alguns foram recuperados há cerca de 50 anos, quando de escavações arqueológicas.
O Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior foi inaugurado há 25 anos.
Foi primeiro o pólo mais antigo, da Fábrica Real de Panos e onde se encontram peças da fase pré industrial.
O trabalho era artesanal e logo à entrada deparamos com um tear muito grande. Há mais no interior do museu e são todos peças originais da região da Covilhã. Alem da Fábrica Real havia muitas pessoas a produzir nas suas casas. Com o fim de algumas dessas fábricas muitos teares foram destruídos.
A Universidade da Beira Interior fez uma pesquisa e conseguiu ainda obter algumas destas peças que são de finais do século XVIII, inicio do século XIX.
Além dos teares há outros instrumentos e ilustrações que ilustram todas as fases da produção de lanifícios na fase pré-industrial e há até alguns cujo tamanho era para artesãos ainda crianças e jovens.
Um vídeo ajuda a perceber o desenvolvimento da indústria de lanifícios na Covilhã devido à pastorícia, água e madeira abundante. A conjugação destes actores levou o Marquês de Pombal a construir a Real Fábrica. Foi nove anos depois do terramoto de 1755 que também destruiu muitas construções na Covilhã. Foi o caso da muralha e as pedras foram utilizadas na construção do edifício que chega com a mesma estrutura aos dias de hoje.
A fábrica tinha como um dos objectivos produzir panos para as fardas dos militares e o azul era uma das cores mais usadas na tinturaria.
A algumas dezenas de metros encontra-se o outro núcleo do Museu, na Antiga Real Fábrica Veiga e a exposição é quase toda dedicada à mecanização no processo de produção de lanifícios.
Grandes caldeiras, teares enormes e com processos mecânicos cada vez mais complexos e ao mesmo tempo mais produtivos. Percebe-se a evolução tecnológica e é também dado o enquadramento da transformação do artesão em operário de grandes fábricas, uma visão complementar ao da produção artesanal.
O Museu tem ainda um centro de Documentação, realiza acções de formação, encontros mensais sobre os lanifícios e tem um espaço dedicado a exposições temporárias.
A Covilhã é cidade histórica dos lanifícios faz parte do podcast semanal da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, A Covilhã é cidade histórica dos lanifícios, pode ouvir aqui
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