Gostaria visitar Mildendo, a capital de Liliput, ou conhecer os palácios elegantes do avançado e iluminado reino de Brobdingnag? Encontrar um casamento harmonioso entre a pacata vida de bairro e o vasto horizonte de uma cidade cosmopolita? Então, experimente conhecer Lisboa, um fantástico lugar de aventureiros, mercadores, poetas e marinheiros. Neste texto sugerimos ao leitor um passeio pela Grande Lisboa, onde a imaginação permitirá ver o espaço com outros olhos, os olhos de Lemuel Gulliver.

As Viagens de Gulliver

Será raro encontrar alguém num país Ocidental que, na infância, não tenha ouvido falar das “Viagens de Gulliver”. Porém (e isto poucos sabem!), o livro, publicado em 1726 e escrito pelo irlandês Jonathan Swift não era uma história para crianças: era uma sátira aos livros de viagens e uma minuciosa e implacável crítica à organização político-social da Europa. O livro divide-se em quatro partes: a viagem a Lilliput, um país de seres minúsculos; a viagem a Brobdingnag, terra de gigantes; o périplo por Laputa, Balnibarbi, Luggnagg, Globbdubdrib e Japão; finalmente, uma viagem ao país dos Houyhnhnms, uma raça de cavalos inteligentes.

Tipicamente, as adaptações desta história incluem apenas a parte de Lilliput e por vezes Brobdingag. Uma das raras exceções que reproduz fielmente a obra original é a minissérie “Gulliver's Travels” produzida pela Jim Henson Productions e Hallmark Entertainment. O elenco, repleto de estrelas, incluiu Ted Danson no papel de Lemuel Gulliver, Mary Steenburgen, fazendo da sua mulher e várias outras figuras de relevo como Peter O' Toole, James Fox, Omar Sharif e Kristin Scott Thomas. Comparando o livro com esta série destacam-se duas diferenças fundamentais: a série começa com a chegada de Gulliver à Grã-Bretanha, contando, em flashbacks, as suas aventuras, ao mesmo tempo que procura provar a sua sanidade mental; e o final feliz, porque no livro, Gulliver acaba por perder a fé na humanidade e abandona a sua família para viver como um eremita nas montanhas.

Visitar a cidade imaginária de Mildendo, em Lisboa e Mafra

O primeiro episódio da série, aquele que inclui as jornadas a Lilliput e Brobdingnag foi filmado em Portugal. Assim, Lisboa acabou por dar corpo a Mildendo, a capital Lilliputiana.

Lisboa e as Viagens de Gulliver
As Viagens de Gulliver créditos: Gulliver's Travels @Framestore

A cidade teve direito a várias imagens panorâmicas, enquanto Gulliver caminhava, gigante, Lisboa aparece em todo o seu esplendor setecentista. Especialmente a Baixa Pombalina assumiu especial destaque nas filmagens: construída por ordem do Marquês de Pombal na sequência do terramoto de 1755, cobre uma área de cerca de 24 hectares. Pela Baixa correm um série de ruas direitas e perpendiculares (ilustrando o racionalismo iluminista), onde as fachadas dos edifícios ainda retêm parte do esplendor do século XVIII). Uma destas ruas, a Rua Augusta, é de visita obrigatória, até porque aparece numa das cenas mais icónicas da série, nomeadamente, quando o gigante Gulliver tem de se baixar para passar sob famoso e monumental Arco da Rua Augusta concluído apenas na segunda metade do século XIX.

Outro lugar a não perder é o Palácio Real de Mildendo, cujas filmagens foram feitas no Palácio Nacional da Ajuda, um edifício levantado no século XVIII depois da estrutura primitiva de madeira ter ardido. O Palácio albergou alguns monarcas portugueses durante o século XIX.

Pal
Palácio Nacional da Ajuda créditos: LUSA

Cerca de 25 km a norte de Lisboa, na vila de Mafra, encontra-se outro importante local de Mildendo. É o antigo Convento de Mafra, uma notável estrutura barroca. A construção começou em 1717, por ordem do rei D. João V. A sua biblioteca é especialmente impressionante e foi filmada na série como a Grande Câmara da Guerra do imperador de Lilliput.

Uma vista de olhos sobre Laputa e Brobdignag: Sintra e Queluz

Perto de Mafra, o cenário romântico de Sintra, com a sua floresta e edifícios requintados também serviu de cenário para as filmagens. Em destaque estiveram o Palácio de Monserrate, que tem uma breve aparição na série a ser sobrevoado por Laputa; e o Palácio Nacional de Queluz, escolhido como pano de fundo para Brobdingnag, o país dos gigantes. O palácio foi uma das últimas construções rococó feitas na Europa e é muitas vezes chamado de "Versailles Portuguesa".

Estes lugares inspiram a jornada para a utopia. Em Lisboa, admire a embocadura do Tejo a partir do Cais das Colunas, caminhe ao longo da velha Ribeira das Naus e perceba que foi daqui que nos séculos XV e XVI, marinheiros e aventureiros partiram para descobrir um mundo desconhecido. Foi também a partir de Lisboa que, em 1709, teve lugar o primeiro voo da história na “passarola” de Bartolomeu de Gusmão.

Lisboa, Tejo
Zona ribeirinha créditos: Pixabay

Portanto, não fique surpreendido se se sentir alternadamente entre Lilliput e Brobdignag, entre seres minúsculos e seres gigantes, ou até mesmo Laputa, a terra de cientistas e artistas que gostavam de construir castelos no ar. Isso é a Grande Lisboa!


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