Hoje escrevo-vos a primeira crónica de viagem de muitas que espero vir a partilhar durante pelo menos o próximo mês e meio aqui no SAPO Viagens, e, tendo em conta que já se passou 1 mês e meio desde o início desta viagem, farei desta crónica um resumo do que vivi até agora.

Esta viagem começou no passado dia 1 de Março. 3 Meses pelo Sudeste Asiático, começando na Tailândia, seguindo-se Myanmar (onde estou neste preciso momento), Vietname e terminando na Indonésia, onde espero visitar mais algumas ilhas para além das que já conheci em Agosto do ano passado (Bali e Java). É a 4ª vez que venho ao Sudeste Asiático, que se tornou desde há 2 anos atrás o meu destino de eleição. Sempre que penso em viajar e começo a considerar outros destinos, há sempre uma "vozinha" aqui dentro a meter o bedelho “mas Maria João, ainda há tanta coisa que não conheces no Sudeste Asiático…”. E pronto, lá vai a MJ de volta para a Ásia.

Voltei à Tailândia para reviver as cores, os sabores e os cheiros daquele que foi há 2 anos atrás o primeiro país do Sudeste Asiático a receber-me de braços abertos. Bangkok, onde aterrei vinda de Lisboa, estava igual ao que sempre foi: agitada, viva, um exemplo único de contraste entre o tradicional e o moderno. Ainda lá, consegui dar uma escapada até Ayutthaya, uma cidade histórica, a cerca de 1 hora de distância de Bangkok. Mini-van por 60 bahts (cerca de €1,50) apanhada no centro da cidade, e passado uma hora já estava num tuk tuk negociado para 5 horas de passeio pelos inúmeros templos e ruínas de Ayutthaya. Um local fantástico que me levou para trás no tempo através dos vestígios das estruturas que em tempos fizeram parte da antiga capital do Reino de Sião.

A seguir a Bangkok, não podia faltar o regresso a Chiang Mai, no norte do país. Um comboio nocturno de 12 horas depois (que só por si é uma experiência) e lá estava eu de regresso a uma das cidades mais encantadoras da Tailândia e a 2ª maior do país. Aqui, ao contrário de Bangkok, vive-se um ambiente descontraído onde os dias passam sem pressa.

Deixei-me ficar por duas semanas, onde, entre dias de trabalho e lazer (nesta viagem vim acompanhada pelo meu portátil para poder passar algum tempo a trabalhar/escrever), redescobri Chiang Mai. Passei tardes junto ao lago do parque da cidade (Nong Buak Hard Public Park), deitada numa esteira de palha alugada por 10 bahts, visitei um dos museus mais divertidos que alguma vez tinha ido (o Art in Paradise), usufruí do ambiente criativo e original dos vários cafés espalhados pela cidade. Enquanto me dedicava a algumas horas de escrita e trabalho, deliciei-me com os maravilhosos sumos de fruta, o Pad Thai e o recém descoberto Khao Soy (só de pensar nisso já tenho vontade de voltar lá!). Passei um dia dividido entre umas horas junto ao lago Huay Tung Tao (a 10 kms do centro da cidade, frequentado quase em exclusivo por locais que se mostraram bastante surpreendidos e entretidos com a minha presença lá) e outras tantas no Grand Canyon, um desfiladeiro que rodeia uma espécie de lago que convida a uns magníficos mergulhos depois de tantas horas debaixo de um sol abrasador.

A meio destas duas semanas ainda houve tempo para uns dias em Pai, a cerca de 128km de Chiang Mai, que ainda não conhecia. Após uma viagem de scooter que durou, no total, 5 horas, um rabo dorido e umas costas bem amachucadas, lá cheguei ao destino. E que sítio fantástico, valeu a pena o sofrimento.

Dizem que Pai é o refúgio hippie da Tailândia e percebi porquê mal lá cheguei. Aqui vive-se e respira-se arte e um estilo de vida criativo e descontraído. Os seus inúmeros cafés e guesthouses, repletos de pormenores encantadores e originais, as obras de arte vendidas pela rua fazem de Pai um local muito especial. Já para não falar das atracções naturais a poucos quilómetros de distância, como a Tham Lod Cave, uma gruta enorme que percorri numa pequena jangada de bambu com o caminho iluminado apenas por um candeeiro a petróleo, transportado pela guia, ou o Pai Canyon, um desfiladeiro à entrada de Pai onde vi um dos sunsets mais bonitos desta viagem.

Após 3 dias em Pai regressei à “base”, a Chiang Mai, de onde, passados alguns dias, partiria rumo à fronteira com Myanmar, por onde viria a viajar por cerca de 3 semanas. A passagem de um país para o outro seria feita a pé, pela Friendship Bridge, a ponte que os une. Mas essa é uma história para a próxima crónica…

Até já! :)