O Oblast Autónomo Judaico foi estabelecido numa "terra sem um povo” do Extremo Oriente da Federação Russa, ao longo do rio Amur, na fronteira com a China.

Com uma população de 173.000, a região celebrou recentemente o seu octogésimo aniversário. A área foi estabelecida pelas autoridades soviéticas em 1934 de forma a providenciar um território autónomo para a população judaica da União Soviética.

As discussões iniciais favoreciam o norte da Crimeia, as estepes Azov ou o Altai como possíveis destinos, mas durante o final da década de 1920, Estaline optou pelo extremo leste do país, iniciando-se então o estabelecimento de assentamentos judaicos.

Os primeiros colonos chegaram em 1928, na sua maioria provenientes dos territórios da União Soviética, especialmente da Ucrânia e da Bielorrússia. Muitos optaram por se instalar neste território vendo-se impossibilitados de garantir a subsistência através das suas empresas num país que, cada vez mais, se opunha à iniciativa privada. No entanto, poucos judeus se sentiram atraídos por esta iniciativa.

Definindo-se sempre como uma minoria entre a população, a sua representação diminuiu significativamente em resultado da crise económica e das campanhas de imigração conduzidas pelo governo de Israel, que incentivaram muitos judeus a emigrar. No entanto, o iídiche permanece uma das línguas oficiais em Birobidzhan, o centro administrativo da região. As placas das ruas estão escritas em russo e iídiche.

Para os visitantes, a existência desta pequena região é surpreendente e desconcertante, oscilando entre as culturas russa e iídiche, no limiar da fronteira chinesa. A maioria dos visitantes visitam Birobidzhan apenas no contexto de uma breve paragem da Rota do Transiberiano. No entanto, a sua herança judaica justifica uma visita.