Sabemos que foi  próximo do primeiro aniversário da Mia. Ele acha que estávamos a ver um programa que envolvia viajar e lembra-se perfeitamente da conversa que se seguiu, e que agora partilhamos convosco:

Eu: E se fossemos?

Ele: Se fossemos como?

Eu: Íamos, deixávamos tudo e íamos.

Ele: E o teu trabalho?

Eu: E os nossos sonhos?

Ele: E dinheiro?

Eu: Vendemos todas as coisas: vendemos o carro, e tudo o que não precisamos, deixamos algum de lado para o regresso,  o resto logo se vê.

Não, não somos ricos e nem filhos de pais ricos, a não ser na capacidade de sonhar e de achar que podemos tocar os sonhos, abraçá-los, trincá-los. E, ao contrário do esperado, o nascimento da nossa menina-mundo não adormeceu nem acalmou – em nós –  esta vontade de devorar o mundo, não nos fechou no comum: ‘agora somos pais, agora não podemos; já não podemos (confesso nunca ter acreditado no impossível). Julgo que sermos pais a acelerou ainda mais, a fez pular e querer ganhar vida para lá do desejo guardado na gaveta; nos fez sentir ainda mais capazes de tudo, por sentirmos (mais do que nunca) que tínhamos tudo, no que somos.

E não será por acaso que a memória nos falha, talvez não consigamos saber o dia e hora certas em que desengavetamos esta ideia porque ela sempre morou em nós, sempre abraçamos esta vontade de correr o mundo, com todo o sangue que corre em nós.

As melhores e mais felizes decisões da nossa vida têm resultado de conversas (aparentemente) simples, baseadas no instinto e no ouvir do coração – mesmo que ele fale a medo (das vozes dos medos repetidos dos outros). De imediato imprimimos o mapa mundo, escolhemos os lugares que gostaríamos de visitar. Seguiu-se o primeiro lugar onde queríamos que a nossa menina mundo deixasse a primeira pegada.

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