Os recentes sismos que têm abalado Itália preocupam os especialistas em arte, uma vez que o país guarda algumas das maiores obras-primas da arte mundial. David de Michelangelo, escultura em mármore de 5,17 metros de altura, está no centro das preocupações.

Com os recentes sismos que assolaram o centro de Itália em 2016, a preocupação é que também o norte do país possa ser atingido por terramotos, pondo em causa a conservação, já abalada, da escultura. "A proteção contra sismos do David de Michelangelo tornou-se urgente", declarou ao The Times o geocientista Alessandro Martelli.

Desde 2014, a escultura do artista do Renascimento, que pesa 5,5 toneladas, tem sido alvo de estudos, por contar com fragilidades na base, mais precisamente nos tornozelos, que podem levar a sua destruição. Antes da preocupação com sismos, já se alertava para a realização de obras perto do museu ou mesmo as vibrações causadas pelos passos dos visitantes - fatores que poderiam provocar a desmoronamento da obra.

O arquiteto Fernando De Simone propôs à câmara municipal da cidade de Florença que seja construído um museu à prova de sismos para abrigar o David de Michelangelo, além de outras obras-primas de Florença, "antes que seja tarde demais", indica um artigo da Condé Nast Traveler.

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A proposta está em análise, bem como várias outras para que Florença possa proteger da melhor forma os seus diversos edifícios e monumentos importantes, como é o caso da Duomo. Os resultados destes estudos devem ser conhecidos em novembro deste ano.

Ainda assim, para outros especialistas, vai ser difícil conseguir conservar por muito mais tempo a escultura que retrata o herói bíblico através de um ideal de beleza masculina. A fraca qualidade do mármore utilizado por Michelangelo, quando foi esculpida entre 1501 e 1504, bem como uma má distribuição do enorme peso da escultura, que esteve durante três séculos exposta ao ar livre, poderão levar a danos irreparáveis em breve.