As cinco torres mostram que chegámos a Jerez de los Caballeros

Esta pequena vila espanhola, a pouco mais de 40 quilómetros da fronteira portuguesa no Alentejo, tem um horizonte surpreendente que vale a pena ficar a conhecer, como nos mostra a Cláudia.
As cinco torres mostram que chegámos a Jerez de los Caballeros
A Cláudia em Jerez de los Caballeros Cláudia Miguel

Bilhete-postal por Cláudia Miguel

Neste passeio, decidi ir um pouco mais longe, até terras de nuestros hermanos, até à vila raiana de Jerez de los Caballeros. Curiosamente, se estivéssemos em 1329, não estaria em Espanha, mas sim em Portugal.

Jerez de los Caballeros terá sido fundada por povos fenícios nas suas muitas viagens até à Península Ibérica para transações comerciais, mas foi durante o período de ocupação romana que concentrou mais pessoas, bens e vida pelas suas ruas.

 Igreja de Santa Maria da Encarnação
A Igreja de Santa Maria da Encarnação créditos: Cláudia Miguel

Todavia, é da Alta Idade Média que datam mais vestígios e monumentos desta povoação, como a Igreja de Santa Maria da Encarnação, mandada construir em 556.

O castelo será de edificação muçulmana, mas os seus atuais vestígios são atribuídos ao período após 1230, com a sua conquista aos muçulmanos e ao curto período de ocupação de Jerez pela Ordem dos Templários, até à extinção das ordens religiosas.

Reza a lenda que os templários resistiram e que no fim da luta todos os cavaleiros morreram degolados, o que deu o nome de Torre sangrenta a um dos baluartes da muralha de Jerez, onde hoje ondula ao vento a bandeira templária.

O casario de Jerez e as suas 5 emblemáticas torres.
O casario de Jerez e as suas 5 emblemáticas torres créditos: Cláudia Miguel

Continuamos depois pela Igreja de São Miguel Arcanjo, localizada na Praça de Espanha, centro de Jerez de los Caballeros. Esta igreja tem a sua referência mais antiga em 1463, no entanto a sua torre, com 64 metros, foi construída entre 1749 e 1756, por autoria de Juan Alfonso de Ladera. Curiosamente, esta igreja viu a sua estrutura fortemente afetada pelo terramoto de 1755, com exceção da torre.

Tem um estilo barroco andaluz, com a utilização de elementos de tijolo de "burro"/ ladrilhos, na sua decoração (que se vê em muitos edifícios de Jerez) e fachada gótica. No topo da torre, uma estátua de São Miguel Arcanjo.

Igreja de São Miguel Arcanjo
créditos: Cláudia Miguel

Uma das igrejas de maior destaque, e das mais bonitas que vi até agora, é a Igreja Paroquial de São Bartolomeu, que se destaca pelo seu colorido na fachada e torre campanária.

A sua construção terminou em 1508 e tem um estilo profusamente barroco andaluz, combinando, a pedra granítica, o tijolo de "burro" (ou ladrilho) com a cerâmica com vidrado azul e azulejaria nas mesmas cores.

Igreja Paroquial de São Bartolomeu
A Cláudia à entrada da Igreja Paroquial de São Bartolomeu créditos: Cláudia Miguel

É nesta igreja que se encontram os restos mortais do navegador Vasco Nuñez de Balboa, o primeiro europeu a avistar o Oceano Pacífico a partir da costa ocidental da América.

A Cláudia é a autora do blog A Borboleta Verde, onde regista as suas viagens e paixão pela fotografia. Uma versão deste artigo foi publicada originalmente no seu blog.

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