Longe do período conturbado que o país atravessava em 1829, data da fundação da Confeitaria Nacional, a marca, instalada em pleno coração de Lisboa e conhecida, sobretudo, pelo Bolo Rei e pelos Pastéis de Nata, mantém-se fresca e prepara-se para novos voos. Depois da abertura de duas lojas no Médio Oriente, em regime de franchising, a Confeitaria Nacional vai abrir a primeira loja nos Estados Unidos da América, em Miami. Por cá, dois novos pontos de venda irão surgir nos próximos dois anos. São quase 200 anos de um negócio familiar, que continua a apostar na inovação e na criatividade.

O mais recente projeto, o River Cruise, é uma “confeitaria flutuante”, lançado no início do verão, e é a prova de que visão e estratégia não faltam aos descendentes de Balthazar Roiz Castanheiro, o responsável pela abertura da primeira loja, na Praça da Figueira. “Queríamos levar a marca para o rio Tejo, pois pensamos que é o futuro”, revela Rui Viana, o atual diretor da empresa.

River Cruise
River Cruise créditos: Confeitaria Nacional

Com 35 metros de comprimento e 10 de largura, o barco tem capacidade para transportar até 300 passageiros e está disponível para acolher vários tipos de eventos, como jantares de empresa, festas de Natal, aniversários, batizados e até casamentos. Finda a época de verão, altura em que fez duas viagens diárias entre Belém e Terreiro do Paço, ligando as duas lojas da marca ali existentes, o barco encontra-se agora instalado no Cais do Espanhol. O responsável admite que, dado o aumento da procura por este espaço, onde são servidos almoços e, a partir do próximo ano, também jantares, o River Cruise se possa transformar num prolongamento do espaço físico existente em terra.

“Estamos a ter uma afluência muito grande de pessoas na nossa loja da Doca do Espanhol, pelo que vamos permitir que visitem o barco, mesmo estando parado, e, aos domingos, iremos colocá-lo a andar, já que tem todas as condições para ser utilizado, mesmo durante o inverno”, acrescenta o empresário, que garante um serviço requintado e de qualidade a bordo, aliado a uma vista privilegiada sobre a capital.

River Cruise
River Cruise créditos: Confeitaria Nacional

Com a aproximação da época natalícia, o protagonista da casa tem nome de Rei e, curiosamente, foi o filho do fundador que trouxe a receita do sul de França, na segunda metade do século XIX, introduzindo, assim, uma tradição que não existia no nosso país. O célebre Bolo Rei da Confeitaria Nacional continua igual, fiel à receita original e é um segredo que apenas duas pessoas conhecem, o proprietário e o pasteleiro mais antigo.

Já o Pastel de Nata, outro doce muito cobiçado por quem entra nas lojas da marca, terá novidades em breve. No início do próximo ano, vão ser lançados oito sabores diferentes, numa lógica de crescimento e expansão para novos mercados. Apesar de querer continuar a cativar clientes, portugueses e estrangeiros, nas lojas de Lisboa, a Confeitaria Nacional quer levar o nome de Portugal mais longe e pondera crescer no Médio Oriente, onde já tem dois espaços.

Nos Estados Unidos, Miami será um teste, dado que é a primeira loja a abrir naquele território. Se a recetividade for positiva, Rui Viana admite pensar em novas localizações para os produtos da marca. Na Europa, também estão a ser realizados contactos com potenciais mercados, que ainda estão no segredo dos responsáveis da empresa. Uma coisa é certa: a aposta nas exportações é para manter e, no segundo semestre de 2017, espera-se que representem cerca de 20% do volume total de negócios.

Para acompanhar este crescimento, a produção irá centrar-se numa nova fábrica, que vai abrir em Salvaterra de Magos.

A confeitaria mais antiga da capital
A confeitaria mais antiga da capital créditos: Confeitaria Nacional

Até ao final de 2018, duas novas lojas irão abrir em Lisboa, juntando-se às existentes: na Praça da Figueira, no Cais do Espanhol, no Cais de Belém, no Terminal 2 do Aeroporto e no Amoreiras Shopping. Os espaços aliam o requinte, de uma Lisboa que se aprimorava para sair e provar os doces exclusivos da marca, com traços de inovação e originalidade, de olhos postos no futuro.

É assim que Rui Viana encara o sucesso da Confeitaria Nacional: “a procura constante da qualidade da matéria prima e dos produtos vendidos” na confeitaria mais antiga da capital e “a exigência de um serviço premium, que agrade a portugueses e estrangeiros e que continue a fidelizar clientes”. É assim que este espaço cheio de história, diariamente procurado por milhares de pessoas, tem cativado a imprensa internacional, destacando-se a CNN que elegeu a Confeitaria Nacional como uma das melhores casas de doces do mundo, em 2014.

Por Helena Simão, blogger do Starting Today

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