“Estamos este ano formalmente a abrir uma linha de investigação direcionada para o Turismo. Neste sentido estabelecemos uma parceria com a Universidade de Aveiro […] para nos ajudar a implementar uma investigação direcionada para a publicação de artigos em revistas internacionais na área do Turismo”, afirmou à agência Lusa Sérgio Ávila, coordenador do Grupo de Paleontologia Marinha do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores.

Sérgio Ávila adiantou que na 13.ª edição do ‘workshop’ internacional, denominado “Paleontologia nas ilhas atlânticas” e que termina no dia 17, vão participar duas dezenas de investigadores, oriundos, entre outros, do Canadá, Polónia, Alemanha, França e Portugal.

Para o investigador, o que se pretende com esta nova área de investigação é dar “uma roupagem turística” às descobertas e trabalhos científicos realizados anualmente na ilha de Santa Maria, dado que “a história geológica nem sempre é fácil de decifrar”.

Sérgio Ávila explicou que Santa Maria tem uma história geológica “particular e peculiar”, sendo “a única ilha nos Açores que possui sedimentos marinhos, contendo fósseis que se depositaram a várias profundidades e que, hoje em dia, estão à vista e podem ser observados por qualquer pessoa”.

“Santa Maria já foi ilha duas vezes. A primeira desapareceu devido à ação de erosão marinha, dando origem a um monte submarino de grandes dimensões. Os fósseis mais antigos que agora encontramos resultam desta primeira ilha”, salientou o docente universitário, que considerou importante dar a conhecer esta realidade ao público em geral através de uma linguagem “mais acessível e atrativa”.

Segundo Sérgio Ávila, as expedições científicas a Santa Maria foram iniciadas em 2002, têm permitido estudar a riqueza dos fósseis existentes e a evolução geológica, e têm atraído cientistas de todo o mundo.

“As novidades científicas, por incrível que pareça, não nos deixam de pasmar todos os anos. Nós encontramos sempre algo que é novo”, afirmou o responsável, informando que, neste momento, estão em curso 20 a 25 artigos científicos sobre investigações feitas na ilha de Santa Maria, a primeira a ser descoberta e a mais antiga do arquipélago, com cerca de seis milhões de anos.

Sérgio Ávila referiu ainda que existem jazidas localizadas em redor da ilha, bem como no interior, uma diversidade que já levou o Grupo de Paleontologia Marinha, com o apoio da Associação Internacional de Paleontologia, a propor ao executivo açoriano a classificação de Santa Maria como paleoparque.

“O projeto científico está em fase de execução e deve ser entregue ao Governo Regional no final deste ano”, disse Sérgio Ávila.

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