A associação sediada em Vila Real enviou uma carta à administração da CP, através da qual “protesta veementemente” pelo modo como a transportadora tem lidado com o vale do Douro, em matéria da mobilidade ferroviária.

Esta tomada de posição surge depois de terem chegado à AETUR “manifestações de desagrado por parte das empresas regionais de turismo, associados e outros, pelos prejuízos que a atual situação corporiza”.

Refira-se ainda que, durante o fim de semana, três operadoras turísticas denunciaram as “ligações suprimidas em cima da hora, sobrelotação das carruagens, faltas de manutenção e avarias recorrentes do material circulante, falhas nos sistemas de ar condicionado, carruagens grafitadas (vidros incluídos) e o recurso reiterado a autocarros que fazem por via terrestre o percurso que milhares de turistas antecipadamente escolheram fazer por ferrovia”.

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“O que se tem verificado nos últimos anos é um crescente desinvestimento, baixa de qualidade de transporte, desadequação de oferta às necessidades turísticas do vale do Douro, tornando o serviço inadequado e ostracizante”, refere a associação na carta enviada à CP.

Ora, para a AETUR, “esta trajetória de marginalização territorial vem acentuar os desequilíbrios regionais, fazendo passar a ideia de que se vive num território periférico e até descartável”.

A organização lembrou ainda que, nas últimas décadas, a região tem sido objeto de “acentuada promoção interna e externa e de qualificação dos seus principais recursos, de natureza agroalimentar e turística”.

Pelo que, acrescentou, “a perda de qualidade do serviço ferroviário vai em contramão com a mobilização nacional e regional, pondo em causa um conjunto de investimentos públicos e privados na região”.

A AETUR disse ainda que a maior parte do turismo regional chega ao Douro a partir do grande Porto, pelo que defendeu que “é indispensável garantir e melhorar as diferentes tipologias de mobilidade aos habitantes e aos turistas, cuja importância na economia regional e nacional é por demais reconhecida”.

Depois das críticas das operadoras turísticas, a CP reconheceu que está a ter dificuldades em responder ao aumento da procura na linha do Douro porque “a capacidade não é ilimitada” e adiantou que está a tentar encontrar soluções com a tutela.