Ludger Lohmann abre o certame, na sexta-feira, às 21:30, na Igreja do Colégio, no Funchal, apresentando “De Roma a Leipzig: mestres e discípulos. De Frescobaldi a Bach”.

“Ludger Lohmann é uma das mais proeminentes figuras do ensino do órgão na Alemanha, e vai oferecer-nos um recital que tira partido da versatilidade do grande órgão da Igreja do Colégio, uma viagem pela Europa dos séculos XVII e XVIII, explorando as sucessivas transformações do idioma musical e as relações entre mestres e discípulos”, disse João Vaz.

Em declarações à agência Lusa, o organista realçou que a ilha da Madeira apresenta “uma paisagem organística diversificada, que inclui instrumentos de fatura portuguesa setecentista, como as igrejas Matriz de Machico e do Colégio, e os conventos de Santa Clara e do Bom Jesus, no Funchal, órgãos importados de Inglaterra ao longo do século XIX, casos da Sé, igrejas de São Pedro e de São Martinho, também no Funchal, e ainda a Matriz de Porto da Cruz, e um novo instrumento construído em 2008, para a Igreja do Colégio, no Funchal”.

Na opinião do organista, “a Madeira permite a apresentação de um repertório diversificado”.

Do cartaz do Festival deste ano, o responsável salientou a participação de “organistas de reputação internacional, como Ludger Lohmann, Albrecht Koch, Frank van Wijk ou Jesús Gonzálo López, juntamente com artistas ou agrupamentos portugueses, como a Orquestra Clássica da Madeira, o Coro de Câmara da Madeira ou a Capella Patriarchal, que oferecem programas variados que vão dos recitais a solo aos concertos com coro ou orquestra, da polifonia renascentista à música do século XX, de Bach à música para crianças”.

O segundo concerto do certame, no sábado, realiza-se na Sé do Funchal, com o organista Tiago Ferreira, e a Orquestra Clássica da Madeira, sob a direção do maestro Norberto Gomes, que interpretam as “Sonatas de igreja”, de Mozart.

No domingo, às 18:00, na igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, em Porto da Cruz, e na segunda-feira, às 21:30, na igreja de São Pedro, no Funchal são interpretadas as “Canções sacras”, de Rheiberger, pelo barítono Armando Possante, acompanhado pelo organista António Esteireiro.

Ainda na segunda-feira, mas às 15:00, na igreja do Colégio, tem lugar o concerto “A aldeia de Dó-Mi-Sol”, com Inês Machado, no órgão e Sofia Maul, como narradora, destinado ao público infantil.

Na igreja jesuíta do Colégio, na capital madeirense, mas na terça-feira, às 21:30, realiza-se um concerto em duas partes. A primeira, intitulada “Os mestres holandeses do séc. XVII ao século XX”, conta com o organista holandês Frank van Wijk, e, a segunda, com a Missa Solene, de Louis Vierne, pelo Coro de Câmara da Madeira, sob a direção de Zélia Gomes, e os organistas João Vaz e Halyna Stetsenko.

O concerto “Norte contra sul: Sweelinck e Cabezón”, na quarta-feira, pelas 21:30, na igreja do Recolhimento do Bom Jesus, reúne os organistas Jesús Gonzálo López e Frank van Wijk.

O Festival prolonga-se até 30 de outubro, com concertos de Albrect Koch, na igreja do Colégio, no Funchal, de João Vaz, com o cornetista Tiago Simas Freire, na igreja de São Martinho, de Jesús Gonzálo López, na igreja de N. S. da Conceição, no Machico, e encerra com a missa dominical, às 11:00, na igreja do Colégio, no Funchal, com a atuação do Coro de Câmara da Madeira, e dos organistas João Vaz e Halyna Stetsenko.

Na Galeria da secretaria regional do Turismo e Transportes, durante o certame, está patente a exposição “A paisagem organística da Madeira”, que apresenta “o programa de recuperação e valorização do património organístico, desenvolvida pela Região Autónoma ao longo dos últimos vinte anos, sendo visível no restauro de quase uma dezena de órgãos históricos, no registo fonográfico desses instrumentos, na construção do grande órgão da Igreja do Colégio, na publicação do inventário Órgãos das Igrejas da Madeira e na realização do Festival de Órgão da Madeira”, sublinhou o músico à Lusa.