José Berardo, que detém vários museus privados no país, tem exibido parte da sua coleção de arte moderna e contemporânea no Museu Coleção Berardo, instalado há nove anos no Centro Cultural de Belém, no âmbito de um acordo com o Estado.

Contactado pela Lusa sobre o novo museu, o empresário madeirense indicou que o projeto "está em fase de obras e deverá abrir no próximo ano", na Rua 1º de Maio, na freguesia de Alcântara, embora ainda não haja uma data precisa de inauguração.

"Vai receber cem por cento da minha coleção de arte nova e arte déco", disse, sobre o espaço, que deverá chamar-se Museu Berardo - Art Nouveau, Art Déco.

Questionado sobre se este museu terá alguma relação com o instalado no CCB, o colecionador negou: "Não tem nada a ver. São independentes. Será um museu como tenho outros, na Anadia, no Bombarral, com as minhas peças de arte, para mostrar ao público".

"O Buddha Eden Garden já recebe anualmente 300 mil visitantes", comentou José Berardo sobre o jardim com cerca de 35 hectares, na Quinta dos Loridos, concelho do Bombarral, onde se encontram centenas de figuras orientais como budas, pagodes, estátuas de terracota e outras esculturas.

Em 2010 abriu o Underground Museum em Sangalhos, Anadia, ligado à enologia, num espaço subterrâneo onde exibe coleções de arte africana, fósseis, cerâmica, minerais e azulejo antigos.

Ainda sobre o novo museu que vai abrir em Lisboa, José Berardo disse que o objetivo é idêntico ao dos outros: "Contribuir para a cultura do país".

Questionado sobre o curso das negociações do acordo de empréstimo das obras para a criação do Museu Coleção Berardo, em Belém, que termina este ano, o empresário disse que "por enquanto estão a correr bem".

Em julho, no parlamento, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, anunciou que a opção tinha sido renegociar o acordo porque o Governo e Berardo estavam interessados em manter a coleção em Portugal.

O Museu Berardo abriu com um acervo inicial de 862 obras da coleção de arte do empresário, cedidas ao Estado, e avaliadas em 316 milhões de euros pela leiloeira internacional Christie's, em 2006.

Instalado no CCB desde 2007, celebrou nove anos em junho passado, com mais de seis milhões de visitantes das exposições permanentes e temporárias, segundo dados do museu.