Pegámos nessas questões, juntámos mais umas quantas informações - fruto da nossa experiência de viagens com a nossa Menina Mundo - e chegamos a uma série de aspectos práticos que podem auxiliar as famílias viajantes e descomplicar os momentos de levantar voo.

Antes da viagem:

Aconselhe-se junto do pediatra do seu bebé, será a pessoa indicada para o esclarecer num primeiro momento e para avaliar se o bebé está apto a viajar.

A vacinação de acordo com o plano nacional de vacinação é suficiente para viajar para um conjunto alargado de países, mas será sempre importante um aconselhamento mais aprofundado - junto do pediatra e numa consulta de saúde do viajante.

Se a criança viajar apenas com um dos pais, tratando-se de viagens internacionais, é obrigatório ter uma declaração autenticada assinada pelos dois pais, ou a apresentação de autorização do progenitor que não viaja, reconhecida por notário ou junto de um advogado (pais divorciados também têm algumas formalidades a cumprir, informem-se atempadamente).

A viagem:

1 - Bebés com menos de 14 dias não são permitidos em voos da maioria das companhias aéreas. Aquelas que o permitem costumam exigir uma autorização médica que declare a aptidão do bebé para viajar, contudo, mesmo face a esta, a companhia reserva-se o direito de decidir, podendo ser recusado o embarque do bebé. Contacte directamente a companhia e informe-se antes da compra do bilhete.

2 - As crianças, mesmo no caso de bebés recém-nascidos, para viajarem necessitam de passaporte ou cartão de cidadão (este último, para os voos dentro da comunidade europeia e para países europeus com acordo de circulação de pessoas, a Suíça, por exemplo) e cartão de embarque (mesmo não pagando bilhete de avião, o que é regra geral até aos 24 meses, o bebé tem que ser registado como passageiro no voo).

3 - Como já referimos, as crianças até aos 24 meses de idade não pagam bilhete, uma vez que viajam ao colo. No entanto, algumas companhias aéreas aplicam taxas ao pequeno viajante. Por exemplo: a Easyjet, a Vueling e a Ryanair: cobram taxa; a Swiss: não cobra taxa.

Uma astúcia: nas low-cost, não raras vezes um bilhete (que dá direito a um assento) diverge pouco do valor das taxas aplicadas a um bebé (que faz a viagem no colo), neste caso poderá optar pela compra de um bilhete e usufruir das vantagens inerentes: uma bagagem de mão extra e um lugar vago garantido. Terá, assim, mais espaço para brincadeiras, maior privacidade e um local onde pousar alguma da parafernália.

Geralmente, os sistemas de reserva através da Internet não permitem a compra de um lugar se o bebé tiver menos de dois anos, para o fazer será necessário contactar a linha de apoio ao cliente e fazer a compra através da mesma.

4 - O carrinho de bebé (até dois módulos) não implica qualquer taxa adicional, quando se viaja com um bebé. Já transportámos 3 módulos sem custo: módulo da estrutura com a cadeira de rua já encaixada (contando apenas como um) e o ovo. Como o carro viaja no porão, os papás podem optar por dois procedimentos:

a) Fazer o check-in do carro aquando da bagagem de porão (contudo, o carro deverá ser entregue no local assinalado como “bagagem especial"/ "fora de formato", situado na zona do check-in e, no destino, na zona de recolha de bagagem);

b) Levar o carro até à porta de embarque (geralmente até à entrada para o avião) onde será entregue aos funcionários responsáveis pela gestão da bagagem.

A nossa experiência e recomendação: a nossa menina mundo nunca foi fã do carro, portanto, habitualmente não o levamos, contudo, se pretende alugar um automóvel - para explorar e conhecer o destino - aconselhamos que leve o seu ovo/cadeira (que poderá despachar gratuitamente, como já referido) evitando custos adicionais de aluguer dos mesmos.

Costumamos optar pelo sling, pano ou mochila ergonómica. Além da proximidade e aconchego que os mesmos permitem, são cómodos ao ponto de o bebé facilmente adormecer ou poder ser amamentado nos mesmos, são fáceis de transportar, funcionam em todos os terrenos (ex: trekking) e facilmente se guardam, dentro de um saco/mochila, quando o bebé/criança prefere explorar o mundo pelos seus próprios pés.

Viajar de avião com bebés
créditos: Menina Mundo

5- É possível levar uma cadeira/ovo para a cabine (caso seja comprado um bilhete), colocando-o no assento do avião. Esta será a forma mais segura e a recomendada, contudo, as dimensões são específicas e, na maioria dos casos, não são compatíveis com os tradicionais ovos ou cadeiras que usamos no transporte em automóvel.

6 - Quando o bebé viaja no colo, os assistentes de bordo deverão entregar uma extensão para o cinto do adulto. À primeira vista poderá parecer complicado mas é muito simples e rudimentar. Peça ajuda sempre que sentir dificuldades.

7 - Use a prioridade que lhe é oferecida: os passageiros com crianças pequenas entram primeiro que a maioria dos restantes passageiros ou em segundo lugar, nos seguintes casos: (1) quando a companhia aérea vende como opção a prioridade de embarque - caso das low-cost; (2) quando existem programas especiais de passageiro frequente ou (3) quando o voo tem classe executiva. Dê-lhe uso, facilita a entrada na cabine, a passagem até aos respectivos assentos e terá também lugar privilegiado para colocar a sua bagagem de mão acima dos lugares que ocuparão.

8 - Para o avião deverá levar alimento para o bebé, roupa (pois a temperatura do avião poderá não estar adequada às necessidades do bebé), fraldas, toalhetes e algum entretenimento. Aproveite para trocar a fralda antes do embarque e talvez não necessite de o fazer no avião, se se tratar de um voo de curta duração. Caso seja necessário, saiba que as casas de banho dos aviões estão equipadas com trocador.

9 - Descalce o bebé para evitar o inchaço associado à altitude e mantenha-o bem hidratado. O mesmo procedimento deverá ser seguido pelos adultos.

10 - A pressão nos ouvidos é uma das grandes preocupações. A recomendação geral para minimizar o desconforto é de sucção, mastigação e deglutição (tudo o que movimente a mandíbula ajuda ao equilíbrio da pressão interna-externa dos ouvidos), por isso, amamente-o, recorra ao biberão ou a chupeta (dependendo das práticas de cada família) durante a descolagem e a aterragem. No caso da menina mundo, até hoje foi sempre a mamar que descolou e aterrou e é mais uma recordação muito boa que temos das nossas viagens.

Lembre-se: os bebés não têm medo de viajar de avião, contudo, esse medo pode ser fácil e rapidamente adquirido e aprendido. As crianças observam o comportamento dos pais, percebem e sentem ansiedades e receios e reagem aos mesmos. Transmitir-lhes calma e segurança é o primeiro passo para uma viagem tranquila.

Boas viagens!

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