A sociedade parece ditar o que é certo: o dever ser e, quando não o seguimos, quando cortámos com o seguro ou estável (pelos menos aparentemente), isso é normalmente interpretado como um desvio a esse ‘dever ser’, logo, uma loucura. Deste lado, acreditamos que temos o dever de seguir não o que a sociedade dita por certo mas o que nos faz felizes: o certo para nós. Fazer crescer o ser mais do que o ter.

Não fugíamos de nada, gostávamos (muito) da nossa vida, casa, empregos. Tínhamos tudo, por isso, esta viagem nunca se tratou do que não tínhamos e sim do que queríamos viver: queríamos desengavetar este sonho de adentrar o mundo, em família; queríamos proporcionar-nos esta experiência, vivê-lo a três corações, porque, como vos disse aqui, ninguém tratará dos nossos sonhos por nós.

O que nos traria? Para nós, para a pequena Mia? Disso ainda nada sabíamos no momento de partida, apenas conseguíamos imaginar o impacto positivo: a sua tolerância à diferença – nos traços de rosto, na cor de pele, na religião, nos costumes, na forma de estar, falar, comer, orar; a exposição a línguas diferentes, as memórias para o futuro; a adaptação e o desenrasque.

- E se algo correr mal? – repetiam-nos, em jeito de pergunta.

Há coisas que podem correr mal, há sempre algo que pode correr mal, não o negamos (estaríamos a ser ingénuos se o fizéssemos), mas o mesmo não acontece em casa? As coisas podem correr mal aqui (aí), sem sairmos do conforto e da segurança do nosso país, das nossas casas; no caminho para o trabalho e no seu regresso. Pode haver sempre um infortúnio na aparente segurança em que julgamos viver.

Dentro daquilo que é possível, preparámo-nos.

- Como?

- Muitas horas de leitura e de um estudo cuidado dos destinos.Viajar com uma bebé exige-nos mais: mais atenção, mais cuidados, uma preparação mais exigente:

1- Fundamental para qualquer viajante independente, independentemente da idade: um bom seguro de viagem, aquele que oferece mais garantias.

2- Verificar as exigências de vacinação, tendo em conta a prevalência de doenças que, na Europa estão erradicadas mas, em alguns países por onde prevemos passar, ainda existem. A propósito deste e outros assuntos de saúde é fácil obter aconselhamento na – “obrigatória” – consulta do viajante.

3- Precaver a altura em que visitaremos cada país, atentando: à estabilidade política, ao excesso de calor/ frio, monções (e período imediatamente subsequente, pelo risco acrescido de dengue).

4- Aceitar os imprevistos. Nem sempre tudo correrá como o planeado mas, acreditamos, que aqui o mais importante será a forma como lidamos com esses possíveis obstáculos, possíveis frustrações e dificuldades que estes imprevistos possam trazer.

Podemos falar num ajuste das expectativas, que aliás, entendemos que acontece quando passamos a ser pais, com uma criança, as nossas rotinas mudam, adaptam-se e, por vezes, uma simples saída de casa parece mais uma epopeia! Pois bem, é normal que este ajuste se repercuta também na forma de viajar ajustar expectativas numa viagem com uma criança significa ajustar a velocidade. Por isso, sabemos já, viajaremos devagar, não vai ser possível calcorrear uma cidade inteira, de manhã à noite (como tantas vezes fizemos nas nossas viagens antes da Mia), ou sair para um passeio às duas da tarde, com temperaturas de 40º à sombra. Tudo isto é insignificante, tendo em conta o ganho que pesa no outro prato da balança.

Acreditámos haver muito mais do que esperamos onde nada esperamos, há na imprevisibilidade um lado bom, não podemos (nem queremos) planear tudo, não somos “control freaks”, obcecados pelo planeamento e pela ideia de dominar todas as variáveis. Por isso, não vamos com um bilhete de volta ao mundo, não queremos datas certas de partida e chegada a cada lugar, queremos sentir o pulso de cada nova morada, poder ficar ou partir mais cedo, fazendo bússola do coração.

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